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Arquitetos: Andrea Maffei, Arata Isozaki
- Área: 81615 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Alessandra Chemollo
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Fabricantes: Cricursa, UniFor
Descrição enviada pela equipe de projeto. Milão é a cidade que melhor representa a face internacional da Itália, comparável a Londres, Frankfurt ou Paris. Ao contrário de muitas cidades hisóricas italianas, Milão está mais relacionada ao seu desenvolvimento no século XIX e XX, mais precisamente após a revolução industrial.
Neste sentido, o desenho de Milão é mais contemporâneo, composto de fábricas, metrôs, concreto e aço, e não tanto de particulares presenças históricas. Uma testemunha é o fato de que o movimento futurista se desenvolveu principalmente em Milão, um movimento criado para responder às questões da cidade contemporânea. O movimento não teve um relacionamento particularmente importante com as grandes obras-primas existentes, mas sim uma reflexão sobre os temas da cidade contemporânea.
Para desenvolver o projeto, imediatamente pensamos que não seria interessante contar com um único arquiteto para o projeto de todo o complexo, mas sim iniciar um diálogo. Devido ao tamanho da área, decidimos reinterpretar a complexidade da cidade através de muitos arquitetos, o que gerou a ideia de edifícios com diferentes formas e materiais.
Em qualquer rua de Milão há edifícios de diferentes períodos e com diferentes características arquitetônicas. Assim é a vida de uma cidade, na tensão dinâmica entre as obras de períodos posteriores, em um arquipélago de imagens e cores. Esta foi a nossa ambição, a escolha de trabalhar em grupo.
Neste nosso arquipélago, achamos interessante desenvolver a ideia de um arranha-céu sem limite, uma espécie de torre sem fim. Encontramos arranha-céus de todas as formas e tamanhos em todas as partes do mundo. A partir deste estudo, olhamos para um conceito fascinante para ser aplicado a edifícios de grande altura, em vez de estudar apenas uma forma estética.
Buscando uma máxima verticalidade, não nos limitamos a escolher uma forma completa, preferimos aplicar o conceito de um sistema modular que pode ser repetido de forma infinita.
Os módulos são compostos por seis pavimentos de escritórios com uma planta de 24x61.5 metros. Essas proporções enfatizam a verticalidade dos volumes e os tornam estruturalmente provocadores, devido à forma esguia e tão alta.
A fachada do módulo é composta por uma unidade de vidro triplo ligeiramente curvada para fora. A sucessão vertical destas formas arredondadas criam uma sensação de ligeira vibração do volume do edifício. As fachadas dos lados mais curtos são totalmente envidraçadas e mostram os elevadores panorâmicos subindo e descendo pelos vários andares do edifício.
A ideia da torre sem fim pode ser comparada às ambições anteriores de outros artistas como Constantin Brancusi, por exemplo, que em 1937 construiu uma de suas colunas infinitas de Targu-Jiu no parque para criar sistemas repetidos indefinidamente. Quando perguntado sobre as razões para esta ideia, Brancusi respondeu: "Temos que apoiar a abertura do céu."